Nos anos do extremismo, o Glam (de glamorous, fascinação, excitação e brilho) representa sem dúvida o estilo mais extremo. A distância de tempo e seus travestimentos curiosos, os flocos, o glitter e os tamancos de plataformas altíssssimos são sempre recordados com ironia, mas a época glam representa muito mais que isso. Já nos anos 60, na cena artística underground* novaiorquina que gira ao redor da Factory de Andy Warhol, reafirma a tendência ao travestimento e à ambiguidade sexual, que se tornaram elementos chave do novo estilo. O cinema e o teatro deram um impulso consistente na difusão, graças a óperas como o filme Tommy e o maravilhoso musical Rocky Horror Show(que eu amo tanto, tanto) que depois se tornou um filme de sucesso, na qual a rockstar transexual Frank-n-Furter carrega um casal de recém casados do "bem" para um mundo cheio de folia e perversão. No caso dos músicos como os New York Dolls, Gary Glitter, os T-Rex, a aparência quase passa para segundo plano a qualidade musical. Sobre todos, surge decisamente a grandíssima figura de David Bowie, um dos maiores artista e show men de sempre. Seria pouco defini lo simplismente um músico. Com Bowie acaba a ilusão que a música rock seja sinônimo de pureza e sinceridade, e passa a ser um reflexo da vida e da personalidade do músico. Ele fez um percurso inverso: através a demonstração que tudo é espetáculo, travestimento, tornando enfim ao ponto de partida, anulando novamente a diferenza entre arte e vida!
O Glam, na sua máxima expressão , esprime a verdade que a música rock sempre tentou remover: o artista se prostitue ao show business, sempre e de qualquer modo.
* | "O cara mais underground que conheço é o Diabo" |
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