A peruca pode até querer cair, mas o grampo é forte meu bem!

O grande histórico holandês Huizinga definiu a peruca masculina"a coisa mais barroca do barroco". Se é verdade que o Barroco exalta a linha curva, a treatalidade e a exageração, então e peruca meu bem, pode muito bem representar a essência: os enooormes cachos explodem em largura e altura, em um difícil equilíbrio entre grotesco e majestoso.
No início do séc. XVI os homens usavam ainda o cabelo curto e a barba, segundo o uso do séc. XV. A novidade aparece gradualmente, acompanhada de críticas: volta a moda de cortar a barba, ou então a barba grossa vem substituída por cavanhaque aguçado ou do bigode elegantemente levantados em direção ao céu, mas depois de 1670, retorna a moda do rosto devidamente raspado(ainda bem, imaginem, misturando barba bigode e peruca praticamente iria ser um butiquim de pulgas e piolhos com direito a pagóde e tudo mais!). Recomeça a ser apreciado os cabelos longos e encaracolados, que caiam macios e suaves sobre um ombro: é a cadenette, nome de um nobre frances que idealizou esta moda.
Alguns diziam que Luís XIV, mesmo fazendo um grande uso de perucas, havia uma cabeleira de dar inveja até nas modelos do comercial da Pantene, assim os nobres franceses começaram a usar para não se desfigurarem na presença do sobrano. Para outros, era o contrário, sendo careca, carequinha da Silva, o rei usava magníficas perucas, constringindo os nobres da sua corte a imitá lo. Assim, enquanto as mulheres se contentavam(não por muito tempo)com discretos postiços, era a vaidade masculina a reinar e impor a peruca.